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  Diálogo sobre o direito à morte marca o segundo dia do VI Ciclo de Cinema e Reflexão: Aprender a Viver, Aprender a Morrer
Texto e Fotos: João Paulo Brito
  14/09/2013


Foi realizado, nesta sexta (13), na Cinemateca Brasileira, o segundo dia do VI Ciclo de Cinema e Reflexão: Aprender a Viver, Aprender a Morrer, que segue até domingo (15) trazendo em sua programação filmes que dialogam com o tema “Ética e Bioética: desafios do nosso tempo”.

“A Bela que Dorme”, de Marco Bellocchio, foi peça inspiradora para a reflexão sobre práticas como ortotanásia (morte natural, sem interferência da ciência ou sofrimento) e eutanásia (quando há ação direta para antecipar o momento da morte) e o direito de dar fim à própria vida.

A Mesa foi composta por José Luiz Del Roio, senador da República italiana, escritor, ativista político e de direitos humanos e colaborador da Comissão Nacional da Verdade, e o juiz José Henrique Torres, membro do Conselho Diretivo da Associação Juízes para a Democracia e da Federação de Associações de Juízes para a Democracia da América Latina e Caribe.

O responsável pela mediação foi David Braga Jr., gerente médico da Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas e Conselheiro Consultivo do Grupo MAIS.

Neste sábado (14), a Mesa de Reflexão com o professor de bioética Mácio Fabri e com o professor da clínica médica e bioética José Eduardo de Siqueira, que neste ano será o homenageado com o troféu Averroes, acontece após a exibição de “Amor”, às 19h.

A 6ª edição do Ciclo é promovido pelo Hospital Premier, Grupo Saber MAIS, Cinemateca Brasileira e OBORÉ, com apoio da Faculdade de Medicina de Itajubá, Academia Nacional de Cuidados Paliativos e Instituto Paliar.

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Confira a programação completa

Mesa de Reflexão

“A Bela que Dorme” narra o caso polêmico de Eluana Englaro, jovem que ficou em coma vegetativo por 17 anos até sua família conseguir, em 2009, na corte italiana, o direito de desligar os suportes artificiais que a mantinham viva e de remover o tubo de alimentação, permitindo que morresse naturalmente.

José Luiz Del Roio, que integrava o parlamento italiano na época em que se deu o caso, explicou que o filme tenta, de forma relativamente discreta, mostrar o que foi aquela batalha parlamentar.

O senador chamou à atenção, inclusive, para a cena em que mostra trecho do discurso do então primeiro ministro Silvio Berlusconi afirmando que o caso se resumia a uma linda moça, que ainda menstruava, podia engravidar e que tinha 50% de chance de se recuperar, mas havia um bando de juízes, médicos e senadores loucos e criminosos querendo assassiná-la.

“Esse ‘amor pela vida’ era a coisa mais canalha que tive que ver [no parlamento italiano], porque quando se votava questões sobre guerras, drones para bombardear a Somália, o Afeganistão, o Iraque, a votação era total. Exatamente os mesmos que votaram pela ‘vida’ de Eluana votaram pela guerra e por ataque a outros países”, afirmou Del Roio.

Para o juiz José Henrique Torres, a discussão sobre esse tema pode levar a um debate dogmático interminável, na tentativa de fazer clara diferenciação entre eutanásia ativa, passiva, auxílio ao suicídio, suicídio assistido, estabelecer os parâmetros normativos da ortotanásia e etc., Mas a pergunta, segundo Torres, é: “qual a grande diferença entre estas situações?”.

“O ponto que une tudo isso é exatamente este confronto entre a liberdade individual, a liberdade de exposição do bem e do bem ‘vida’ e, do outro lado, o Estado, querendo nos tolher, nos controlar, querendo ser dono da nossa vida. Deixo para vocês uma pergunta: “a vida é realmente um bem indisponível?”, questionou Torres.

 
 
 
   
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