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  Sessão Averroes reflete sobre relações familiares e o resgate das origens humanas
Texto e Fotos: João Paulo Brito
  29/05/2013


“Conversando com mamãe”, filme argentino de Santiago Carlos Oves, exibido na Cinemateca, nesta terça (28), na SESSÃO AVERROES, foi o ponto de partida para a reflexão sobre as relações familiares e o processo de resgate da dimensão de humanidade.

Como convidados, compuseram a mesa o jornalista Milton Bellintani, que atua como professor de cultura latino-americana do curso de especialização em jornalismo cultural da PUC-SP, além de ocupar a diretoria executiva da Escola do Parlamento da Câmara Municipal e coordenar o módulo “Descobrir São Paulo – Descobrir-se Repórter”, do Projeto Repórter do Futuro, e o psiquiatra e psicoterapeuta Kleber Lincohn Gomes, professor titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina de Itajubá, conselheiro consultivo do Hospital Premier/Grupo MAIS e membro da equipe de curadoria da SESSÃO AVERROES – Cinema e Reflexão.

O longa conta a história de Jaime (Eduardo Blanco), que, ao ficar desempregado e já não conseguir manter o alto padrão de vida que costumava oferecer a sua esposa e filhos, planeja vender seu apartamento, onde mora sua mãe (China Zorrila). A tarefa de convencer a teimosa e astuta senhora a sair da moradia, porém, acaba por se tornar uma caminhada nostálgica, que os faz reviver das mais dolorosas às mais saborosas lembranças, obrigando o filho a um inevitável reencontro com suas origens – que se choca diretamente com o homem “de aparências” que se tornara.

Na visão do psiquiatra Kleber Lincohn Gomes, a relação da “mamãe” com seu filho é absolutamente terapêutica. “A história mostra que só é possível a gente se conhecer, se entender e se encontrar a partir do encontro com o outro. É esse um dos princípios da psicanálise e um dos princípios do filme.”

Para Milton Bellintani, trata-se de uma história “aparentemente simples que navega em um limite muito perigoso da sensibilidade e a pieguice” e que lida com naturalidade com um tema complexo. Para ele, o filme também é uma metáfora do reencontro da velha Argentina pré-crise, que se julgava invencível, com as suas origens, passando por um momento em que o país teve que se confrontar com a verdade de ser uma nação latino-americana periférica e dependente.

No entender do jornalista, a crise levou os argentinos a fazerem o que o personagem do Eduardo Blanco fez que foi achar sua origem e se reconciliar. “Ele [o personagem] vivia o sonho da classe média que é a conquista de vitórias. Não é casual que o resgate de humanidade do personagem passe pelo contato com aquilo que ele tinha optado por não ser: pobre”.

Da plateia de 70 pessoas, a psicóloga Lenira Silveira apontou que a história do filme também reflete o percurso de reencontro da “mamãe” como mulher. No longa, a personagem de China Zorrila, que primeiro viu-se traída pelo seu marido e depois tornou-se viúva, passa vinte anos na expectativa que seu filho retorne para casa até que um dia Gregório (Ulises Dumont), um aposentado de 69 anos, aparece em sua porta e ambos iniciam um namoro.

“No momento em que a mamãe abre a porta para o Gregório ela titubeia, e acho que isso representa o medo dela de dar esse passo, de deixar de ser a mãe superprotetora, quebrar essa barreira e voltar a ousar ser mulher.”

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A jornalista Ana Claudia Nagao, editora da Gazeta de Santo Amaro, vem acompanhando há alguns meses sua mãe às Sessões Averroes. Para ela, as sessões ajudam, principalmente, a dialogar, já que, no seu entendimento, há muitas atividades promovidas que não geram espaço para conversas, reflexões e perguntas.

“As vezes queremos mudar o que está ao nosso redor mas muitas vezes temos também que mudar o foco de como a gente enxerga as coisas. Estas discussões abrem um panorama que o público até então não enxerga”, disse.

Sobre a Sessão Averroes

Atividade permanente da Cinemateca desde 2009, a SESSÃO AVERROES é fruto da parceria entre Cinemateca, Hospital Premier e OBORÉ.

As sessões acontecem na última terça-feira do mês, às 19h. A exibição é precedida de visita monitorada (17h) por toda a Cinemateca, incluindo a área técnica de restauro, e seguida de mesa de reflexão com convidados das mais diversas áreas do conhecimento.

A atividade propõe-se a refletir, examinar e debater a condição humana, a vida e sua terminalidade.

Esta SESSÃO conta com o apoio da Faculdade de Medicina de Itajubá, do Instituto Paliar e da Academia Nacional de Cuidados Paliativos.

 
 
 
   
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