Ariovaldo Umbelino critica processo de reforma agrária e fala sobre desrespeito aos povos indígenas Texto: João Paulo Brito/ Foto: Nivaldo Silva
13/05/2013
O 7º Curso Descobrir a Amazônia – Descobrir-se Repórter, do Projeto Repórter do Futuro, recebeu o geógrafo e professor livre-docente na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), Ariovaldo Umbelino de Oliveira, neste sábado (11), no auditório do IEA/USP – Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.
Durante o encontro, os 25 estudantes que fazem o módulo participaram de palestra, conferência e coletiva de imprensa com Ariovaldo sobre diversos temas relacionados ao desenvolvimento econômico da Amazônia, entre eles, reforma agrária e a luta dos povos indígenas.
“A história da Amazônia se confunde com a história do Brasil e é preciso dizer que a Amazônia não é um vazio demográfico. O Brasil todo já estava ocupado por índios. E todos os europeus evidentemente tem uma dívida com este povo”, afirmou Ariovaldo.
Para o geógrafo, a mídia inverte os papeis ao denunciar índios que, supostamente, estariam invadindo terras de fazendeiros. “O comportamento dos ‘não índios’ sempre foi o de tomar o que é do índio. Os que os povos indígenas tentam fazer é retomar o que seu por direito.”
Fator econômico fundamental para entender a Amazônia, as jazidas minerais – áreas de concentração de substâncias naturais de alto valor econômico, como minerais, fósseis, carvão, petróleo etc – são alvos de cobiça de grandes empresas e uma das principais causas dos conflitos envolvendo os povos indígenas. Segundo Ariovaldo, isto se deve ao fato de parte expressiva destes jazimentos estar sob terras indígenas.
O geógrafo citou como exemplo a PEC 237/13, que corre na Câmara dos Deputados e prevê a concessão da terra indígena ao produtor rural para sua exploração. A Proposta de Emenda à Constituição, aliada à pressão de retirara do poder da Funai (Fundação Nacional do índio para demarcar terras indígenas, liderada pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), são graves ameaças aos direitos dos índios.
No que se refere à reforma agrária, Ariovaldo afirmou que o governo não tem cumprido seu papel e tão pouco sinalizado compromisso com a causa. “O que o governo chama de reforma agrária é apenas o processo de regulamentação fundiária dos posseiros [trabalhadores rurais com posse de terras, mas sem documentação oficial]. Depois as famílias desses camponeses ainda são acusados de estarem desmatando a área que foi regulamentada.”
O 7º Curso Descobrir a Amazônia – Descobrir-se Repórter, módulo do Projeto Repórter do Futuro, é organizado pela OBORÉ Projetos Especiais em Comunicações e Artes, IEA/USP – Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo e ABRAJI – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.
Conta com o apoio/patrocínio do CCOMSEx – Centro de Comunicação Social do Exército, Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, SINPRO/SP – Sindicato dos Professores de São Paulo, NH Photos/Nivaldo Silva, EBC/TV Brasil, Cátedra UNESCO de Comunicação, Hospital Premier/MAIS – Modelo de Atenção Integral à Saúde, INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, IPFD – Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais, Casa da Cultura Digital, Matilha Cultural, KBR TEC Soluções Online e da Coordenação dos principais Cursos de Jornalismo de São Paulo: ECA/USP – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, Faculdade Cásper Líbero, PUCSP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Universidade Metodista de São Paulo e Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Também emprestam seu prestígio a esta iniciativa: revistas Brasil Atual, Caros Amigos, Fórum, Imprensa, Le Monde Diplomatique Brasil, Piauí, Samuel e o blog “O Xis da Questão – Mídia, Jornalismo e Atualidade”, do Prof. Chaparro.
Equipe de Coordenação:
Ana Luisa Zaniboni Gomes, André Deak, Ausônia Donato, Cristina Cavalcanti, Germano Assad, Guilherme Alpendre, João Paulo Brito, João Paulo Charleaux, Manuel Carlos Chaparro, Milton Bellintani, Nivaldo Silva, Pedro Ortiz, Sergio Gomes