05/10/2012
Cem duplas de estudantes universitários de todo o Brasil terão um ano para investigar os bastidores de 1000 reportagens premiadas nas últimas décadas, listadas a partir do ranking “Os Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos” feito pelo Instituto Corda a pedido do Jornalistas&Cia.
No Projeto 1000 em 1, cada dupla realizará entrevistas em vídeo (dez minutos) com dez grandes jornalistas sobre o caminho entre a ideia da pauta até a publicação de matérias que ganharam os prêmios mais renomados da imprensa brasileira (Esso, Vladimir Herzog, Ayrton Senna, Caixa, Embratel, Ethos, entre outros).
O objetivo deste projeto é estimular a troca de ideias e experiências entre estudantes e profissionais. A editora-assistente de O Globo, Angelina Nunes, uma das idealizadoras do 1000 em 1 ao lado do jornalista da Folha de S. Paulo, Marcelo Soares, e do diretor da OBORÉ, Sergio Gomes, defende o importante papel pedagógico desse trabalho. “É preciso trocar informação, contar aos colegas e estudantes como uma matéria deu certo”, observa a repórter, ex-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI).
O 1000 em 1 começa oficialmente na cerimônia de entrega do 34° Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em 23 de outubro, no TUCA (Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP). O resultado será apresentado publicamente entre os dias 12 e 15 de outubro de 2013, no 8° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo e Congresso Global de Jornalismo Investigativo, promovido em conjunto pela ABRAJI e pela GIJN – Global Investigative Journalism Network (Rede Global de Jornalismo Investigativo) – evento, que ocorrerá na PUC-RJ, e que vem sendo anunciado como o maior congresso mundial de jornalismo investigativo.
Mãos à obra
As duplas interessadas devem se inscrever enviando um e-mail para 1000em1@reporterdofuturo.com.br informando:
- Nome completo e idade dos estudantes que compõem a dupla;
- Município(s) e estado(s) de residência dos estudantes;
- Nome da(s) universidade(s) que estudam e sua(s) respectiva(s) localidade(s);
- Curso, ano e semestre de cada integrante da dupla;
- E-mails e telefones para contato;
A partir de uma lista fornecida pelos coordenadores do Projeto, as duplas irão escolher as reportagens que querem conhecer a fundo. Aqui já começa o primeiro desafio: encontrar os arquivos das matérias premiadas, muitas vezes indisponíveis no site dos prêmios.
Após análise das reportagens, as duplas deverão agendar e realizar a entrevista com o autor da matéria premiada. Em seguida, editar o material para que o produto seja um vídeo de 10 minutos. Mãos à obra!
Como tudo começou
A ideia do projeto nasceu em 2005, a partir de conversas entre os jornalistas Angelina Nunes, Sergio Gomes e Marcelo Soares. Juntos, eles identificaram a necessidade dos prêmios de jornalismo se tornarem uma oportunidade de compartilhar conhecimentos na área.
Marcelo Soares aponta que premiações internacionais, como da Investigative Reporters & Editors, serviram de inspiração para pensar o Projeto 1000 em 1 e explica que conhecer os bastidores da elaboração de uma reportagem é importante até mesmo para os jurados que escolhem os trabalhos a serem premiados.
O 1000 em 1 foi apresentado em reuniões com estudantes na ECA-USP e na Cásper Líbero. Mas foi no dia 12 de julho de 2012, em meio ao 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, que a ideia começou a se tornar realidade. Foi quando 51 alunos de Jornalismo de 24 Faculdades e 10 estados do Brasil se reuniram no 1º Encontro de Confraternização e Lançamento do Projeto 1000 em 1: estudantes já engajados na iniciativa apresentaram a proposta aos colegas, na presença de dois de seus idealizadores – Angelina Nunes e Sergio Gomes -, e de Oswaldo Braglia, do Jornalistas&Cia.
Prêmios de Jornalismo
O Projeto 1000 em 1 é parte de uma ideia mais abrangente: permitir que os grandes craques do jornalismo difundam seu conhecimento tanto para estudantes, como para outros colegas.
A diretora da Abraji propõe que nos regulamentos dos prêmios de imprensa sejam incluídos e valorizados os relatos do esforço e bastidores para se produzir a reportagem. E que essa ficha fique disponível no site dos prêmios. “Ok, você ganhou o prêmio. E aí? Alguém sabe exatamente como você fez a matéria? Você compartilhou o seu conhecimento com alguém? O ideal seria que cada prêmio realizasse um seminário, uma exposição, uma palestra com os autores das matérias premiadas para que eles pudessem explicar os bastidores da matéria, o esforço, os problemas, as soluções encontradas. Isso seria um avanço e uma contribuição inestimável para quem já está na área, quem está começando e quem está na universidade”, explica.
Parcerias
Por conta da importância do 1000 em 1 para o aprendizado do jornalismo, este projeto não pode ser realizado por apenas uma entidade. A OBORÉ, a ABRAJI, o Jornalistas&Cia e o Instituto Corda convidam as empresas que promovem os prêmios de jornalismo, universidades e faculdades de comunicação e todas as entidades que se preocupam com os interesses dos jornalistas a apoiarem esta iniciativa.
OBORÉ Projetos Especiais em Comunicações e Artes
www.obore.com
ABRAJI – Associação Brasileiro de Jornalismo Investigativo
www.abraji.org.br
Jornalistas&Cia
www.jornalistasecia.com.br
Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas
www.institutocorda.com.br
Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes – ECA/USP
http://www.eca.usp.br/cje/
Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM
www2.espm.br
Cátedra UNESCO de Comunicação
www.metodista.br/unesco
Instituto Vladimir Herzog
www.vladimirherzog.org.br
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