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  Terras e energia para os mais ricos são alvo de críticas na última aula do módulo Amazônia
Texto: Giulia Afiune Foto: Milton Bellintani
  02/07/2012

“Nove países, 7 milhões de km2, 1/20 da superfície terrestre, 2/5 da América do Sul, 1/5 da água doce do planeta, 1/3 das florestas, 3 fusos, 2 hemisférios.” Foi assim que o geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira dimensionou a Amazônia na última aula do 6º curso Descobrir a Amazônia, Descobrir-se Repórter, no dia 23 de junho. Promovido pela OBORÉ em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), o módulo teve a coordenação pedagógica do jornalista Pedro Ortiz. Durante dois meses, 25 jovens estudantes de Jornalismo de 11 diferentes faculdades se reuniram nas manhãs de sábado para conhecer um pouco melhor o universo chamado Amazônia. As onze aulas deram conta de temas diversos como mudanças climáticas, conflitos agrários, direitos indígenas e atuação do Exército, além de assuntos atuais, incluindo a usina hidrelétrica de Belo Monte, o novo Código Florestal e a Rio+20. 

“O problema dessa vastidão é que ela leva as pessoas a acharem que na Amazônia tem bastante, então pode destruir um pouquinho que não vai fazer falta”, apontou Ariovaldo, que também é orientador de mestrado e doutorado em Geografia Humana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP). 

O professor aproveitou a ocasião para fazer uma crítica contundente aos resultados da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que na mesma semana reuniu representantes do mundo inteiro para discutir a transição para uma economia baseada na sustentabilidade. “O ‘Capitalismo Verde’ é impossível, porque é da índole do Capitalismo destruir. Se hoje, com uma minoria tendo acesso a esse padrão de consumo já destruímos o meio ambiente, quando ele for acessível à humanidade toda, o planeta sucumbirá.” 

Para Ariovaldo, o Brasil possui um claro exemplo disso: as usinas hidrelétricas. Apesar de serem apresentadas pelo governo brasileiro como uma fonte limpa e renovável que corresponde a 70% da matriz energética do país, o geógrafo afirma que elas causam destruição e ameaçam os cenários naturais. “E essa energia é para os amazônidas? Não, é para o Sudeste poder sustentar o padrão de vida que poucas pessoas têm.” Ele contestou a construção das usinas de Belo Monte e Jirau em parceria com empresas estrangeiras, decisão tomada pelo Partido dos Trabalhadores, que ele ajudou a fundar. “O PT fez as hidrelétricas que o FHC não teve coragem”.    

Autor dos livros Agricultura Camponesa no Brasil, Geografia das Lutas no Campo e Produção, Agricultura e Reforma Agrária, Ariovaldo denunciou alguns entraves para a democratização do acesso à terra no Brasil. Segundo ele, o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) manipulou dados para inflar o número de assentados a partir do Plano Nacional de Reforma Agrária, implementado no primeiro governo Lula. Além disso, funcionários do órgão receberiam propina para atestar a regularidade ou a produtividade das terras e impedir o seu redirecionamento para a Reforma Agrária. “O cadastro do INCRA é um instrumento para corrupção. Hoje em dia não precisa mais por o grilinho na gaveta, o próprio funcionário do INCRA oferece a regularização”. 

Quer saber mais sobre esta conferência?

Acompanhe a cobertura completa feita pelos estudantes no site-laboratório do Projeto Repórter do Futuro 

Ariovaldo Umbelino (esq), estudantes, colaboradores e Coordenação Pedagógica na última aula do módulo sobre a Amazônia.

Confira a retrospectiva do 6º Curso Descobrir a Amazônia, Descobrir-se Repórter:

Dia 28/04 – Aula Magna


9h às 11h – Prof. Dr. Manuel Carlos Chaparro (ECA-USP) - podcast

Dia 05/05 – Abertura

9h 'as 13h - Prof. Pedro Ortiz (Coordenação do Repórter do Futuro) - vídeo

Dia 12/05

9h às 11h – Prof. Eduardo Goes Neves (MAE-USP) - vídeo

11h às 13h – Prof. Paulo Artaxo (IFUSP) - vídeo

Dia 19/05

9h às 12h – Profa. Neli Aparecida de Mello-Théry (EACH e IEA-USP) - vídeo e áudio

Dia 26/05

9h às 11h – General Antunes (Exército Brasileiro, ex-CMA)- vídeo
11h às 13h – Profª. Betty Mindlin (PUC e IEA-USP)

Dia 02/06

9h às 12h – Prof. Wagner Costa Ribeiro (IEA e PROCAM-USP) - vídeo

Dia 16/06

9h às 11h - Prof. Marcos Buckeridge (IB-USP)
11h às 13h - Prof. Paulo Kageyama (ESALQ-USP)

Dia 23/6


9h às 11h - Prof. Ariovaldo Umbelino de Oliveira (FFLCH-USP)  

Projeto Repórter do Futuro 

Composto atualmente por três módulos – Descobrir a Amazônia, Descobrir São Paulo e Jornalismo em Situação de Conflitos Armados – o Projeto Repórter do Futuro, há 17 anos vem se destacando por oferecer aos estudantes de Jornalismo uma oportunidade de complementação ao que é ensinado nas escolas. O gerente executivo da ABRAJI, Guilherme Alpendre, ressaltou a importância do Projeto para a formação do profissional de Jornalismo. “Independente do tema do módulo, do ponto de vista profissional, quem participa dos cursos aprende muito com a super estrutura de uma entrevista coletiva, como produzir um texto, uma reportagem, como funciona a elaboração de uma pauta, o quão valiosa é a avaliação individual em que o professor-orientador se senta ao lado do estudante e diz ‘olha, nós vamos melhorar assim, assim, assim’, que é o que eu acho que todo estagiário deveria ganhar no seu local de trabalho.” 

A metodologia dos cursos se baseia em uma conferência de imprensa, realizada por profissionais de destaque na área, seguida de uma entrevista coletiva feita pelos estudantes. A cada encontro, eles devem produzir uma matéria acerca do que foi discutido e, ao final do curso, devem publicar, em um veículo profissional, uma reportagem sobre um dos temas abordados. Os cursos do Repórter do Futuro operam com base no Pacto de Reembolsa, ou seja, os alunos que cumprirem estas etapas e participarem de pelo menos um atendimento individual com o coordenador pedagógico do curso receberão de volta o cheque no valor de um salário mínimo entregue à Secretaria Executiva no início das atividades.

 
 
 
   
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