15/06/2012
A biodiversidade amazônica e seu potencial para produção de bioenergia, assim como questões climáticas relacionadas à região, são alguns dos temas a serem abordados pelo Marcos Silveira Buckeridge, biologista vegetal especialista em mudanças climáticas que fará a primeira conferência de imprensa para os estudantes do Projeto Repórter do Futuro neste sábado 16/06 no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Durante o Simpósio Internacional de Florestas, realizado em dezembro do último ano no Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Buckeridge destacou o potencial de um vegetal nativo, o mata-pasto, para a produção de bioenergia para a Amazônia.
Segundo ele, o vegetal pode ser utilizado para atender as demandas de energia elétrica de comunidades isoladas da região. Em março deste ano, Buckeridge alertou para os riscos que o Projeto de Lei 626/2011, que permite o plantio de cana em áreas degradadas e nos biomas Cerrado e Campos Gerais da Amazônia Legal, representa para a região. O PL, de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), tramita com velocidade no Senado . A conservação do ecossistema amazônico e toda sua biodiversidade serão abordados na segunda conferência de imprensa com o enegenheiro agrônomo Paulo Yoshio Kageyama, que além de professor da USP é colaborador do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Durante a gestão Lula, com Marina Silva à frente da pasta, Yoshio dirigiu o Programa Nacional de Biodiversidade e participou de um estudo sobre agrobiodiversidade e diversidade cultural.
Mais sobre os conferencistas
Marcos Buckeridge
Marcos Buckeridge é biológo especializado em plantas e livre-docente pela Universidade de São Paulo. Ele desenvolve linhas de pesquisa ligadas ao desenvolvimento de ferramentas de biotecnologia que ajudam no uso sustentável da biodiversidade, bem como em relação à reposta que espécies nativas da Amazônia e da Mata Atlântica dão ao aumento na concentração de carbono na atmosfera. Recentemente, seu grupo passou a estudar como as lavouras de cana de açúcar sofrerão o efeito das mudanças climáticas, assunto de especial relevância devido à produção de etanol no Brasil.
Buckeridge trabalhou durante 20 anos no Instituto Botânico de São Paulo com espécies neotropicais nativas e foi presidente da Sociedade Botânica de São Paulo. Atualmente, é Professor da Universidade de São Paulo e da UNICAMP. Além disso, é Diretor Científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (INCT do Bioetanol), uma organização que congrega 31 laboratórios de seis estados brasileiros trabalhando
em bioenergia. Além disso, é um dos autores do próximo relatório do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel of Climatic Changes - IPCC) a ser apresentado em 2014.
Paulo Yoshio Kageyama
Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (1969), mestrado pela Universidade de São Paulo (1977) e doutorado em Agronomia (Genética e Melhoramento de Plantas) pela Universidade de São Paulo (1980). Atualmente é colaborador do Ministério do Meio Ambiente e professor titular da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Genética e Conservação, com ênfase em Genética de Espécies Arbóreas, atuando principalmente nos seguintes temas: Conservação de Ecossistemas Tropicais, Restauração de Áreas Degradadas, Sementes Florestais, Variabilidade e Estrutura Genética, fluxo gênico. |