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10/06/2012
Entre maio e julho, o Instituto Vladimir Herzog, com apoio do Ministério da Cultura promove uma série de eventos gratuitos de cinema, artes gráficas e música que retratam o impacto de movimentos políticos, como a ditadura e o holocausto, na vida da sociedade contemporânea. A iniciativa celebra os 75 anos de nascimento de Vlado, jornalista que dá nome ao Instituto e foi torturado e assassinado em 1975 pela ditadura
em São Paulo.
“Além de ter nesses eventos uma forma de celebrar o que representa a vida de Vladimir Herzog no cenário político brasileiro, procuramos reunir atividades gratuitas e culturais que possam contribuir para a discussão sobre a importância da memória para um povo. Esse assunto é atual e necessário neste momento em que defendemos a instauração de uma Comissão da Verdade no Brasil”, afirma Ivo Herzog, diretor executivo do Instituto e filho do jornalista. As diferentes linguagens, de filmes a concerto, passando por imagens históricas e mesa-redonda sobre os Direitos Humanos no Brasil, conterão mensagens em favor da democracia, liberdade, direito dos cidadãos à vida e à justiça e fim da violência.
As atrações têm início com a Mostra de Cinema Memória e Transformação e a Exposição de Cartazes sobre a Anistia, que conta com 60 expressões artísticas sobre o tema. Na abertura desses eventos, em 31 de Maio, foi exibido o único documentário dirigido pelo jornalista Vladimir Herzog, o curta Marimbás (1963) e o filme Tire diré (1960), de Fernando Birri, mestre do documentarismo argentino, professor e parceiro de Vlado.
A Mostra Memória e Transformação, que ocorrerá na Cinemateca de 19 de junho a 8 de julho e no CineSESC de 29 de junho a 5 de julho, apresentará 49 documentários produzidos entre 1950 e os dias atuais. As obras versam sobre o cenário sócio-político latino, com foco nas lutas de resistência às ditaduras militares, governos totalitários e outras formas de opressão do poder contra o povo, grupos étnicos ou minorias. Entre os destaques: O Edifício dos Chilenos (Macarena Aguiró, 2010); Vlado, 30 anos depois (João Batista de Andrade, 2005); Nostalgia da Luz (Patricio Guzmán, 2010).
Ainda como parte da Mostra de Cinema, 60 estudantes universitários de Cinema poderão inscrever-se
em um Curso de Cinema com Patricio Guzmán, de 4 a 7 de Julho. O cineasta chileno virá a São Paulo especialmente para o evento e poderá compartilhar suas técnicas com esses alunos. Para participar, os interessados devem inscrever-se no site do Instituto Vladimir Herzog, onde também receberão instruções para a seleção. O encerramento será aberto ao público, no dia 8 de julho, quando Guzmán dará uma Aula Magna na Cinemateca com a apresentação de seu documentário Nostalgia da Luz (2010), seguido de debate sobre a obra.
Outra grande atração gratuita que o Instituto Vladimir Herzog traz a São Paulo é a cantata O Diário de Anne Frank, uma produção musical erudita que será apresentada pela primeira vez nas Américas na semana do aniversário de nascimento do jornalista Vladimir Herzog – dias 29 e 30 de Junho e 1º de Julho no Auditório do Ibirapuera. Será, ainda, a primeira vez em todo o mundo que a obra, de autoria de Leopoldo Gamberini (1922 – Abril de 2012) e de Otto Frank, pai de Anne, será apresentada em sua versão integral, com orquestra sinfônica, coral com 110 cantores, bailarina, solista e muitos recursos audiovisuais para retratar a história da menina que foi vítima do holocausto da Segunda Guerra Mundial. Toda a peça será regida pelo maestro brasileiro Martinho Lutero, que recebeu todo o direcionamento para a execução da cantata diretamente de seu autor.
Para finalizar as comemorações, em 28 de Junho, o Itaú Cultural recebe a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Amérigo Incalcaterra, representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos para a América do Sul; e Tito Milgram, curador do Museu Yad Vashem, em Jerusalém (Israel), no Seminário Direito à Verdade e à Memória, mediado por Sérgio Adorno, diretor do Núcleo de Estudos da Violência da USP. Nesse encontro, serão compartilhadas as experiências de países latino-americanos no resgate da memória e justiça aos autores de violências cometidas durante os governos militares (Amérigo), a percepção judaica sobre o holocausto, pela visão de Milgram e os movimentos para maior transparência na História recente do Brasil, pela ministra Maria do Rosário.
A Mostra de Cinema tem patrocínio exclusivo do BNDES por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e apoio do Ministério da Cultura. Os demais eventos organizados pelo Instituto Vladimir Herzog são patrocinados pela Souza Cruz, Camargo Corrêa, Syngenta, Banco Safra e as fundações Arymax e Carlos Chagas, entidade esta mantenedora do IVH, além da parceria com a Cinemateca Brasileira, CineSESC e Itaú Cultural.
Saiba mais informações sobre a as comemorações dos 75 anos de Vladimir Herzog.
SERVIÇO
Na Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Mostra de Cinema Memória e Transformação
De 19 de Junho a 8 de Julho na Cinemateca Brasileira
Exposição de cartazes sobre a Anistia
De 31 de Maio a 8 de Julho
Curso de Cinema com Patricio Guzmán
Data: 4 a 7 de Julho
Horário: das 16h30 às 20h30
Vagas: limitadas a 60 alunos – inscrição pelo site www.vladimirherzog.org/mostra
Aula Magna com Patricio Guzmán
Data: 8 de Julho
Horário: das 18h às 21h, com a exibição do filme Nostalgia da Luz, dirigido pelo cineasta, seguido de debate sobre o tema.
No CineSESC
Rua Augusta, 2075
Mostra de Cinema Memória e Transformação
De 29 de Junho a 5 de Julho
No Auditório do Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, 0 - Parque do Ibirapuera - Portão 3
Cantata O Diário de Anne Frank
Datas: 29 e 30 de Junho e 1º de Julho
Horários: sexta-feira e sábado, às 21h
Domingo às 19h
Entrada: gratuita mediante retirada de ingressos.
No Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149
Seminário Direito à Verdade e à Memória
Data: 28 de Junho
Horário: às 20h
Entrada gratuita
Sobre o Instituto Vladimir Herzog:
Criado em 25 de Junho de 2009, o Instituto Vladimir Herzog tem a missão de contribuir para a reflexão e produção de informações que garantam o direito à vida e o direito à justiça. Sua fundação se inspirou na trajetória de vida do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 pela ditadura, bem como nos principais valores ligados a essa trajetória: democracia, liberdade e justiça social.
Tendo como bandeira a frase de Herzog “Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”, o Instituto é uma OSCIP, organização sem fins lucrativos, com neutralidade político-partidária.
Mais informações no site do Instituto Vladimir Herzog.
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