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12/06/2002
Símbolo da luta pelo banimento do amianto no Brasil, a auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Fernanda Giannasi, esteve na OBORÉ, no último dia 7, onde concedeu entrevista aos jornalistas da Casa. Fundadora da Rede Virtual Cidadã para o Banimento do Amianto na América Latina e da Associação Brasileira de Expostos ao Amianto - ABREA - (www.abrea.com.br), Fernanda tem sua luta reconhecida internacionalmente. Em 1999, ela recebeu o Prêmio Internacional de Saúde Ocupacional Ambiental da Associação Americana de Saúde Pública, em Chicago, nos Estados Unidos. No Brasil, ganhou o Prêmio Claudia 2001.
O amianto é uma fibra de origem mineral utilizada em caixas d’água, pastilhas de freio, discos e embreagens de automóveis, telhas, isolantes térmicos e até artefatos de uso infantil, como giz de cera e alguns brinquedos.
Comprovadamente cancerígena, a fibra faz vítimas a longo prazo. As doenças - distúrbios respiratórios, asbestose (doença crônica pulmonar), cânceres de pulmão e gastrointestinal e, principalmente, o mesotelioma, tumor maligno que atinge a pleura e o peritônio - podem surgir até três décadas depois da exposição à fibra.
Além de atuar pelo banimento do amianto, a ABREA encaminha as pessoas que foram expostas à fibra para exames médicos e propõe ações judiciais em favor dos associados. Trezentos dos mil associados movem ações contra a Eternit. A fábrica de Osasco, maior produtora do cimento amianto no país, foi fechada em 1993. A Rede Virtual complementa o trabalho desenvolvido pela ABREA, repassando informações e denúncias para o mundo através da internet.
Nos últimos 20 anos, 36 países baniram totalmente o uso do amianto. No Brasil, o trabalho de Fernanda Giannasi tem sido fundamental para que governo e sociedade se posicionem a favor dos que lutam pelo fim do uso da fibra de amianto nas indústrias.
A luta de Fernanda encontrou eco nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, onde foram aprovadas leis que proíbem a comercialização da fibra. Em São Paulo, projeto de lei do deputado Roberto Gouveia (PT) determina o fim gradual do uso do amianto até 2005. No Rio, o projeto de lei do deputado Carlos Minc prevê, além do banimento, a indenização às vítimas.
Nos municípios paulistas de Mogi-Mirim, São Caetano, Osasco e São Paulo tramitam projetos de leis locais para o banimento do amianto. Na capital paulista, a lei 13.113/2001, do verador Paulo Goulart (PMDB) proíbe o uso do amianto na construção civil.
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