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  José Valverde discute Lixo e Meio Ambiente na sétima conferência do módulo Descobrir São Paulo
Texto: Giulia Afiune Foto: Nilvaldo Silva
  22/03/2012

Coordenador técnico das Leis Estadual e Nacional dos Resíduos Sólidos fala para os estudantes do Projeto Repórter do Futuro sobre os potenciais econômicos da reciclagem e o papel das cooperativas de catadores.

No último sábado, 17 de março, a Câmara Municipal recebeu o advogado José Valverde Machado Filho, o vereador Floriano Pesaro (PSDB) e o jornalista Pedro Ortiz para discutirem o tema “Lixo e Meio Ambiente”, na sétima conferência de imprensa do módulo Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter. José Valverde é diretor do Departamento de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP e secretário parlamentar do gabinete do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). As leis que criaram a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Política Estadual de Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo são de autoria do deputado e tiveram a coordenação técnica de Valverde, que também é professor da PUC-SP e diretor presidente do Instituto Cidadania Ambiental – ICA.

“Analisar a questão do lixo sob a perspectiva da sustentabilidade faz com que o olhar vá além da questão ambiental, alcançando também o econômico e o social”, colocou Valverde. A articulação entre as três áreas foi defendida por Pesaro em sua fala. De acordo com o vereador, líder da bancada do PSDB na Câmara e autor da lei da Coleta de lixo com horário marcado, “o lixo é algo que não tem valor. Já o resíduo sólido, carrega a idéia de algo que sobrou e pode ser reciclado e reutilizado, podendo gerar comércio e inclusão social. Não existe desenvolvimento econômico sem inclusão social”, colocou Pesaro.

Apesar desse potencial econômico, Valverde afirmou que o modelo de gestão de resíduos sólidos ainda precisa de grandes avanços no Brasil. “No Rio de Janeiro do século XIX, os escravos passavam nas casas, recolhiam o lixo e jogavam na praia, na faixa de areia ou no próprio mar. Hoje nós ainda depositamos os resíduos em áreas afastadas dos centros urbanos. O modelo de gestão dos resíduos sólidos é o mesmo do que no Império. Agora eu pergunto, isso é sustentável?”, questionou. De acordo com pesquisa do IPEA analisada pelo advogado, o Brasil perde R$ 8 bilhões por ano devido à falta de reciclagem.

Valverde defendeu que a logística reversa, ou seja, o retorno dos produtos ou embalagens ao local de origem é uma prática rentável e que deve ser estimulada. “Além de poder lucrar com isso, a empresa ganha com a imagem de responsabilidade ambiental”, argumentou. Para Pesaro, isso gera mudanças no padrão industrial adotado no Brasil. “É você pegar tudo que produziu e processar tudo de novo. E já tem empresários olhando para isso com um ponto de vista de uma economia criativa. Por que apesar de você reduzir o número de trabalhadores nas empresas tradicionais, você aumenta o número de empregos nessas indústrias destinadas só a reutilizar os produtos. Não é só algo bacana e legal, é econômico também e isso move as pessoas”, explicou o vereador.

De acordo com Pesaro, esse novo paradigma deve levar em conta “a inclusão social pela economia, pelo trabalho e pela geração de empregos”.

Catadores e Cooperativas

A economia do lixo tange a questão social no que diz respeito aos catadores de papel ou latinha, que por muitos anos foram os responsáveis por encaminhar os materiais coletados à reciclagem. De acordo com Valverde, a quantidade estimada de catadores que o Brasil tem varia entre 600 mil e 1 milhão, o que é uma mão de obra expressiva no setor. “A legislação deve incluir as cooperativas no processo, e não perpetuar o modelo de catadores autônomos. As cooperativas devem ser um novo negócio, um empreendimento”, defendeu o advogado. Pesaro concordou, “os catadores tem que ser organizados em cooperativas rentáveis, isso tem que ser organizado, registrado, legalizado, ou seja, incluído na cadeia produtiva da logística reversa”.

Apesar dos incentivos dados às cooperativas, como as linhas de crédito que o governo federal abriu para equipá-las e capacitá-las, Valverde reconhece que isso pode não ser suficiente. “Vocês perguntam: Nós não vamos tratar a parte mais frágil desse processo que são as cooperativas de uma forma diferente e aí privilegiar o setor unicamente empresarial que cuida e explora esse negócio? Eles não vão prevalecer e as cooperativas acabar? Pela legislação eu diria que não, mas na prática, pode ser que sim”, considerou o advogado.


Sobre o módulo Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter

O objetivo do módulo Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter é promover a investigação dos oito principais problemas da cidade de São Paulo por jovens estudantes de Jornalismo. São eles: Desenvolvimento sustentável; Educação; Emprego e Renda (Trabalho); Habitação; Meio Ambiente, Lixo e Saneamento Básico; Saúde; Segurança Pública e Violência; Transporte e Mobilidade. 



Desde o último 21 de janeiro os alunos participam de encontros semanais para discutir cada tema. Todos os sábados, até março, serão realizadas entrevistas coletivas com especialistas, vereadores e jornalistas que investiguem o assunto. Ao final do módulo, os estudantes deverão produzir e publicar uma grande reportagem sobre um dos temas.

O módulo integra as atividades do Projeto Repórter do Futuro e é uma realização da OBORÉ em parceria com a Câmara Municipal e a ABRAJI (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

SAIBA MAIS

A 5ª edição do módulo sobre a cidade, teve início dia 17/12/2011 e contou com a presença do professor Carlos Chaparro, livre docente da ECA/USP.
 No sábado, dia 21, o tema Transporte e Mobilidade foi apresentado pelo engenheiro Frederico Bussinger. No dia 28, o tema Habitação foi apresentado pelo arquiteto e urbanista Ciro Pirondi, diretor da Escola da Cidade. No dia 11 de fevereiro, foi a vez de discutir Trabalho e Renda com o analista político e assessor sindical João Guilherme Vargas Netto. No dia 25 de fevereiro, o tema foi Saúde com a presença de Gonzalo Vecina Neto, ex-diretor da Anvisa, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e atual diretor-superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês. No dia 3 de março, Maurício Broinizi, da Rede Nossa São Paulo, falou com os estudantes sobre Desenvolvimento sustentável. O ex-Subsecretário Nacional de Segurança Pública, Guaracy Mingardi, abordou a Violência e a Segurança Pública no dia 10 de março.

O curso prossegue até 14 de abril, no auditório Oscar Pedroso Horta da Câmara Municipal.

Cronograma:

24 de março – 8h30 - Educação, com o jornalista José Salvador Faro, professor dos cursos de graduação em Comunicação da PUC-SP e da Universidade Metodista de São Paulo, docente do programa de pós-graduação da Umesp e Vice-presidente do Sinpro-SP - Sindicato dos Professores de São Paulo, responde pela área de comunicação da entidade.

31 de março – 8h30 - Aula bônus - Transporte, os alunos têm a oportunidade de entrevistar novamente o ex-Secretário Municipal dos Transportes Fred Bussinger, dessa vez na própria OBORÉ.

12h – Picnic de confraternização no terraço do Edifício Copan

05 de abril – Data limite para a publicação das reportagens feitas em dupla.

14 de abril – 8h30 - Avaliação do curso e entrega de certificados aos alunos que cumpriram todos os requisitos de participação no curso Descobrir São Paulo – Descobrir-se Repórter / 5ª edição.

Acompanhe a cobertura completa do módulo no site- laboratório do Projeto Repórter do Futuro

 
 
 
   
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