05/11/2010
O auditório do TUCA foi palco, na noite do último 25 de outubro, da cerimônia de entrega do 32° Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos e do 2º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão.
Anualmente, os prêmios consagram matérias jornalísticas que denunciam as violações dos Direitos Humanos, sendo que o primeiro é conferido a jornalistas profissionais e o segundo, a estudantes de jornalismo. O Prêmio Vladimir Herzog é uma iniciativa conjunta do Instituto Vladimir Herzog, Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, FENAJ, OAB/SP, Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Ouvidoria das Polícias de São Paulo e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Mais de 300 trabalhos vindos de todo o Brasil concorreram ao Prêmio Herzog deste ano, em 9 categorias tradicionais - rádio, jornal, fotografia, arte, revista, internet, TV reportagem, TV documentário e TV imagem- além de uma especial. A categoria Direitos Humanos Intangíveis possui um tema específico, que em 2010 foi Saúde como direito do cidadão. O tema para 2011 foi anunciado durante a cerimônia por Ivo Herzog, presidente do Instituto Vladimir Herzog, e será Coleta e tratamento de esgoto: um direito violado.
O evento, apresentado pelos jornalistas Heródoto Barbeiro e Maria Lydia, iniciou com a fala de José Augusto Camargo (Guto), presidente do Sindicato dos Jornalistas, que lembrou a importância histórica de Vladimir Herzog e do prêmio que leva seu nome: “Assim como hoje estamos lembrando aqueles que lutaram pela derrubada da ditadura, no futuro, lembraremos dos que hoje lutam pela democratização da comunicação. [...] A informação não pode ser tratada como bem privado da grande mídia. A informação é um direito social que o Estado tem o dever de promover”.
Além das premiações, o evento prestou homenagens a Davi Moraes, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas, e Lourenço Diaféria, jornalista, contista e cronista paulistano.
O discurso de homenagem a Diaféria foi proferido pelo diretor da OBORÉ, Sergio Gomes, que destacou as virtudes de Diaféria, cujo reflexo aparecia em seu texto. “Ver e olhar primeiro com o coração. Depois, convocar a razão e, por fim, exercer o duro ofício do marceneiro que precisa de ciência, paciência e persistência para entregar a sua peça com todos os detalhes e os talhes dos detalhes”.
Sergio direcionou sua fala aos repórteres e cronistas do futuro e distribuiu dois textos de Lourenço Herói.Morto.Nós. e O menino do dedo roxo para que todos conhecessem seu exemplo. Geiza Diaféria, a viúva de Lourenço, recebeu a calorosa homenagem em nome do marido e também disse algumas palavras.
Confira aqui os premiados desta 32ª edição.
Confira aqui a cobertura do evento.
O Prêmio Herzog foi criado em 1978 com o objetivo de estimular jornalistas latino-americanos a denunciar violações dos Direitos Humanos no continente. [ Leia aqui as origens do Prêmio Herzog.]
Em uma época de forte censura aos meios de comunicação, abordar essa temática era uma forma de questionar os governos autoritários. Apesar da redemocratização em grande parte do continente, os abusos aos Direitos Humanos continuam acontecendo e o tema permanece latente na mídia. A divulgação desses problemas para a sociedade é essencial para seu processo de resolução, daí a importância política e social do Prêmio.
MAIS INFORMAÇÕES:
Instituto Vladimir Herzog - http://www.vladimirherzog.org/
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de S. Paulo - http://www.sjsp.org.br/
Site oficial do Prêmio - http://www.premiovladimirherzog.org.br
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