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  Um olhar socioambiental sobre a Amazônia

  16/07/2008

No segundo dia do Curso Preparatório do módulo Descobrir a Amazônia – Descobrir-se Repórter, novos olhares sobre a desconhecida região foram despertados nos alunos que entre os dias 21 e 26 de julho farão uma viagem à Amazônia. Diferentemente do lado operacional dos patrulhamentos e demais atuações militares na área apresentadas pelo do Exército na aula inaugural do curso, hoje (16), os 20 alunos selecionados para o módulo conheceram o trabalho realizado por profissionais que atuam na Amazônia em busca de alternativas socioambientais para a região. 

Alexandre Pessoa da Silva, geólogo e químico especializado em Amazônia, iniciou o ciclo de palestras desta manhã, abordando temas como o garimpo e a influência dos grandes projetos desenvolvimentistas na região amazônica – que desde o Estado Novo passou a ter um fluxo migratório intenso para a região. “Os projetos das grandes estradas foram o chamariz para essas áreas. Processo esse, iniciado no governo Getúlio Vargas e intensificado no regime militar com projetos como a construção da Transamazônica, Cuiabá-Santarém, além de programas como Calhanorte, Carajás, que visavam uma sustentabilidade econômica para ter ocupada a região”, diz.

Esse modelo de ocupação, segundo Pessoa, trouxe uma série de conflitos para a região, principalmente, no que se refere ao desmatamento. “De quanto mais longe é o migrante, maiores os danos ao meio ambiente e impactos na região. Um exemplo é que esses homens que vieram para povoar a Amazônia nesses projetos e, posteriormente, em busca do garimpo, queriam acabar com a floresta, pois não sabiam se relacionar com essas áreas. Desmatavam para formar pasto, ou exploravam as riquezas da região”, explica. Pessoa falou ainda sobre suas pesquisas sobre a contaminação por mercúrio em áreas de garimpo de ouro – foco do seu trabalho.  

Já o antropólogo Rogério Duarte do Pateo, da equipe de monitoramento de terras indígenas do Instituto Socioambiental, além de apresentar o trabalho realizado pela instituição fez uma breve introdução à questão indígena no Brasil. “São informações que todos os jornalistas que pretendem fazer algo que saia do óbvio sobre o assunto precisa conhecer”, alerta o antropólogo. 

Rogério mostrou as áreas ocupadas por grupos indígenas na região amazônica e criticou a forma conservadora que ainda se trata a questão da demarcação das terras indígenas. Rebateu ainda uma das visões apontadas pelo coronel Netto – que falou ontem aos estudantes do projeto – sobre o “vazio demográfico” que existe na região. “E os povos indígenas que habitam essa região?”, pondera. Rogério lembra que hoje, no Brasil, existem cerca de 480 mil índios vivendo em aldeias, de 227 povos diferentes. Metade deles, na região Amazônica. 

Outra visão apresentada foi a da Fundação Amazonas Sustentável, representada pelo biólogo Gabriel Ribenboim. A nova Fundação – criada no fim do ano passado –, tem o compromisso com a conservação das florestas e a melhoria da qualidade de vida das populações. Ribenboim apresentou aos estudantes o projeto Bolsa Floresta, iniciado em março deste ano. A iniciativa visa compensar as populações tradicionais e indígenas pela conservação das florestas, rios e igarapés. Para isso, cada família que se dispõe a assinar um compromisso de “desmatamento zero”, recebe R$ 50 mensais, dinheiro destinado à melhoria da educação, saúde, comunicação, transporte e outros elementos básicos para a construção da cidadania dos “guardiões da floresta”. “É o primeiro programa brasileiro de pagamento de serviços ambientais feito diretamente para as comunidades que residem nas Unidades de Conservação”, conta. 

Os ribeirinhos participam de oficinas de capacitação sobre o papel do desmatamento no processo de mudanças climáticas globais e aprendem a importância da conservação da área em que vivem. O Bolsa Floresta já está implantado nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável de Uatumã, Mamirauá, Piagaçu-Purus, Uacari, Cujubim e na Reserva Extrativista de Catuá-Ipixuna. Com um total de doze Unidades de Conservação, o Bolsa Floresta deve alcançar mais de quatro mil famílias até o fim deste ano, segundo o biólogo.
O slides utilizados pelos palestrantes nas exposições estão disponíveis na página do Repórter do Futuro no site SlideShare. Confira também a cobertura dos estudantes no site-laboratório do projeto: www.reporterdofuturo.com.br

Curso

As aulas vão até sexta-feira (18) e contarão ainda com a presença de antropólogos, geólogos, médicos, jornalistas e fotógrafos convidados para discutir com os estudantes questões relevantes sobre a Amazônia brasileira.

Programação

Dia 15/07 (terça-feira), das 9h às 12h
Coronel Barboza – Centro de Comunicação Social do Exército
Tema: Orientações sobre a viagem.
Coronel Netto – Chefe do Estado-Maior da 2ª Região Militar
Tema: A Amazônia sob a ótica da segurança.
José Pinto – Repórter e fotógrafo
Tema: Amazônia, álbum elaborado pelo fotógrafo
Links e Textos de interesse:
Sobre o livro da Amazônia
Esta visão da Amazônia, de Rubem Braga
Os jornalistas, por José Pinto
Site do Exército

Dia 16/07 (quarta-feira), das 9h às 12h
Alexandre Pessoa – Químico e geólogo, especialista em Amazônia
Tema: Impactos Sociais e ambientais do garimpo na Amazônia.
Rogério Duarte do Pateo – Antropólogo do Instituto Socioambieltal
Tema: O trabalho do ISA e a situação atual dos Povos Indígenas no Brasil
Gabriel Ribenboim - Biólogo do Fundação Amazonas Sustentável
Tema: Apresentação da Fundação e serviços ambientais
19h30 - Norma Vasconcelos, ex-secretária de saúde do Pará
Tema: Saúde.
Links e Textos de interesse:
Site do Instituto Socioambiental
Site da Fundação Amazonas Sustentável

Dia 17/07 (quinta-feira), das 9h às 12h
Marco Antonio Coelho, jornalista e editor-executivo da revista Estudos Avançados, IEA-USP
Tema: A Vale do Rio Doce e a Amazônia.
Carlos Marchi – jornalista e presidente do Conselho Consultivo/representação SP, da ABI
Tema: A confirmar
Links e Textos de interesse:
Coletânea Amazônia, do Instituto de Estudos Avançados da USP

Dia 18/07 (sexta-feira), das 9h às 12h
Glauco Paiva, Ponto de Cultura
Tema: Oficina de vídeo de bolso.

O módulo Descobrir a Amazônia – Descobrir-se Repórter conta com o apoio formal do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo – SINPRO-SP.

Descobrir a Amazônia - Descobrir-se Repórter
Patrocínio e co-promoção:
Exército Brasileiro
Realização: OBORÉ
Apoio: ABI - Associação Brasileira de Imprensa; ABRAJI - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo; Cátedra UNESCO de Comunicação para o Desenvolvimento;
IEA- Instituto de Estudos Avançados da USP - Curso de Jornalismo da Universidade Católica de São Paulo; Curso de Jornalismo da Universidade Mackenzie; Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações da USP; Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero; Canal Universitário de São Paulo; FEPESP – Federação dos Professores do Estado de São Paulo; Fundação Padre Anchieta; IEA - Instituto de Estudos Avançados; ISA – Instituto Socioambiental; Ludo Filmes; Sindicato dos Professores de São Paulo; TV Assembléia - SP; TV Brasil - Canal Integración; TV USP; TV Mackenzie; TVAberta/ Canal Comunitário de São Paulo; Universidade Metodista; WeDo Comunicação.  

 
 
 
   
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