Domingo, 05 de Maio de 2024 Pesquisa no site
 
A OBORÉ
  Abertura
  Histórico
  Missão
  Frentes de Trabalho
  Parceiros
  Prêmios
  Fale Conosco
  Galeria de Fotos
Núcleo de Rádio
Núcleo de Cursos
Núcleo de Gestão da Informação
Notícias
Atividades Especiais
  Encontro reúne participantes do Projeto "Descobrir a Amazônia, descobrir-se repórter"
Tatiane Klein
  02/08/2007

Sábado próximo, 4 de agosto, o grupo de estudantes que participou do Projeto "Descobrir a Amazônia, descobrir-se repórter" - que aconteceu de 9 a 14 de julho deste ano - volta a se reunir para avaliar os resultados da viagem e as perspectivas que se criaram a partir dela. O encontro, que acontece na sede da Oboré, das 10h às 12h, será seguido de um piquenique de confraternização nos Céus da Avenida Buarque (Terraço do Edifício Copan).   

Em 9 de julho, uma comitiva de 20 civis partiu de São Paulo rumo a Manaus chefiada pelo Coronel Sappi e acompanhada pelos oficiais Tenente-Coronel Douglas e Capitão Cristina Joras, da Seção de Relações Públicas do CCOMSEx (Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro). 

Os estudantes de jornalismo participantes - alunos da Escola de Comunicação e Artes da USP, da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade Cásper Líbero - foram escolhidos entre os participantes do Módulo Direitos dos Povos Indígenas do Projeto Repórter do Futuro, promovido pela Oboré. A visita, contudo, não se resumiu ao debate da questão indígena, ainda que o assunto quase não saísse de cena nas conversas formais e informais. Entre palestras e relatos (de esposas de oficiais até soldados, passando por lideranças indígenas e generais), registraram-se mais de 10 horas em vídeo por uma equipe composta por profissionais da TV USP, da TV Mackenzie, Canal Universitário e TV Assembléia. Vale destacar que o cineasta Gustavo Brandão, da Ludo Filmes, está preparando um documentário sobre a viagem.

Na noite de chegada a Manaus, a recepção da comitiva foi garantida por um jantar em que, além de autoridades militares, esteve presente o Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil, Dom Osvino José Both. Às palestras da semana, o grupo respondia com perguntas que algumas vezes cessavam - outras, se estendiam por horas a fio, invadindo os horários de almoço, jantar e até sono. Polemizaram-se posturas em relação ao direito indígena a terras, os problemas sócio-econômicos que afligem as comunidades e também as ações (oficiais ou não) de salvaguarda dos patrimônios culturais destas populações nas áreas de atuação do Exército. A própria inserção dos índios nas tropas chamou atenção dos estudantes, emocionando e gestando questionamentos. 

Charles Nizs, que cursa o 3º ano de jornalismo na ECA-USP, chama atenção à visita a uma das duas comunidades da nação ianomâmi na região de Maturacá. "Materializou-se para nós aquilo que só tínhamos visto em termos teóricos ou em termos político-jurídicos. Além disso, a visita à Amazônia trouxe novas informações sobre a região e sobre o trabalho desenvolvido lá pelo Exército", conta Nizs. O grupo conheceu, entre outras coisas, o premiado trabalho da Seção de Educação à Distância do Colégio Militar de Manaus, que atende a filhos de militares estacionados na Amazônia e no Exterior. Em pelotões de fronteira, como o que o grupo visitou no sopé do Pico da Neblina, a comunidade civil também pode se servir do ensino, devido à precariedade e freqüente inexistência de políticas públicas em educação nestas regiões. 

A fim de colocar na mesa expectativas e estratégias de produção jornalística para a semana de palestras e visitas, os professores, estudantes e profissionais de comunicação, já haviam se reunido antes do embarque, definindo a atuação de pequenas editorias. Pautas determinadas, possibilidades traçadas e contatos previamente feitos, o grupo teve que trabalhar com criatividade - para ir além do que era oferecido e aproveitar ao máximo o potencial jornalístico da viagem. Em São Gabriel da Cachoeira, o terceiro maior município em extensão territorial do país e o primeiro em população urbana indígena, choviam pautas. Lá eles passaram um dia e uma noite, e a visita à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) e à Rádio Municipal da São Gabriel incrementaram as discussões. A partir do encontro do próximo sábado (04), devem se arquitetar as ações e a publicação do material colhido. As fotografias são inúmeras e serão sistematizadas em pelo menos uma exposição. 

Essa viagem se insere em um movimento maior de reconhecimento da importância política da Amazônia no cenário nacional, a fim de que se desenhem efetivamente ações estatais de garantia de direitos básicos para as populações índias e não-índias da dita "selva". Atualmente, o Exército é praticamente o único braço do Estado brasileiro na região e esta condição avaliza, cada vez mais, e preocupantemente, medidas paliativas. Uma semana não foi suficiente para fazer com que os vinte assimilassem o grau de complexidade política, econômica e cultural da Amazônia. Entretanto, plantou sementes do que deve frutificar em, no mínimo, visadas e narrativas mais críticas, e menos exotistas, por parte de quem se prepara para exercer um papel social tão premente quanto o ofício de reportar.
 
 
 
   
  » Indique essa página a um amigo
 
 
 
Avenida Paulista, 2300 | Andar Pilotis | Edifício São Luis Gonzaga | 01310-300
São Paulo | SP | Brasil | 55 11 2847.4567 | (11) 99320.0068 |
obore@obore.com

Desenvolvimento

KBR Tec - Soluções Online