<< voltar |
|
|
Resgatando David Mauro Scazufca Estamos assistindo a mil manifestações de resgate deste que deveria ter sido motivo de reverência em vida. Falo principalmente da cidade de Santos, pois os outros lugares sempre o reverenciaram, talvez pelos sete prêmios internacionais de políticas públicas no período de sua administração municipal.Não
precisamos criticar, podemos mesmo admitir que antes tarde do que nunca... Seguem fatos: Não precisamos nos alongar em sua área, a saúde, onde depois de criar todo o sistema das policlínicas, das especialidades na saúde mental e na aids, do internamento domiciliar (base do médico de família, em implantação em todo o país) entre muitos projetos, ainda como Secretário de Saúde. Quando prefeito, partiu para mais realizações, trazendo para o município a gestão ampla de seus recursos de forma inovadora e ampliando para a área hospitalar, com o Hospital Che Guevara (da Zona Noroeste), e a premiada maternidade Silvério Fontes, a recuperação do Estivadores, continuando com as policlínicas do Marapé, do etc e etc... e as ampliações em muitas outras. Melhor falar da educação, dos programas “Toda Criança na Escola” (modelo adotado nacionalmente), das classes de aceleração, da construção da Escola Florestan Fernandes no Embaré, entre outras cinco, da municipalização de todo o ciclo básico, as reformas em 21 unidades, entre escolas e creches. Quem sabe falar do desenvolvimento urbano e do turismo, dos quiosques da praia, da rua do peixe, das novas praças como a Ilha de Conveniência no Boqueirão, a Da Paz Universal na Zona Noroeste (uma das maiores da cidade), do BHH na Aparecida, diversas no Macuco, totalizando 13 novas áreas na cidade. A revitalização de todos os equipamentos de nossa orla, a plataforma dos surfistas no Píer, o portal do Orquidário, a reforma do Aquário, o Horto que evoluiu para Jardim Botânico, a reforma do túnel. Asfalto não faltou, como na Carvalho de Mendonça, Ana Costa, Av. Santista, Martins Fontes, Senador Feijó (que chegou na Av. Francisco Glicério), Pedro Lessa (que ganhou o canteiro central) e São Francisco, entre muitas. Dos prédios
públicos podemos citar a remodelação da
Rodoviária, da Prodesan e do Teatro Municipal, aliás por
falar em artes então, que sempre foram de seu
gosto pessoal... A remodelação da festa de Julho e do Carnaval, que ganharam estrutura exclusiva, e cresceram. Se chegarmos ao esporte, apesar de sabermos que não se tratava de um atleta, falaremos do triatlo internacional, das arenas na praia, do Adote um Atleta (180 atletas), das 31 escolinhas, trabalhando 22 modalidades esportivas com 4,5 mil crianças, da parceria para viabilizar o C.T. do Santos F.C., o “Dia Pelé”, reforma do Centro Esportivo M. Nascimento, os esportes radicais, e por aí vai. Em termos administrativos, deixamos de ser um único para nos desmembrarmos nos diversos locais que compõem este município, através das administrações regionais dos Morros (que realizou 83 obras) e da Zona Noroeste e as coordenadorias do Centro e da Área Continental, adotando as práticas mais modernas de administrar, além da visão no todo com a Secretaria Municipal de Assuntos Metropolitanos e a efetiva implantação da Região Metropolitana da Baixada Santista, processo que ele liderou. A visão democrática da forma de administrar foi marcada pela evolução dos Conselhos Municipais e das inúmeras conferências, destacando saúde, habitação, educação, assistência social, esportes. Os marajás tiveram seus salários cortados e o funcionalismo teve diversos concursos públicos e o plano de carreiras. O orçamento municipal aumentou em 18% e os consumidores tiveram o CIDOC atuante em sua defesa; foi elaborado o Plano Diretor e a Lei das Operações Urbanas, entre outras iniciativas. Na área da assistência social, tivemos inúmeros programas em grande atividade como os Centros de Convivência para a terceira idade, iniciativas para formação profissional e psicossocial, além de emprego para adolescentes, alfabetização de adultos, reforço nas refeições das creches (cinco diárias) e das escolas, o Programa de Renda Mínima (PAF), pioneiro e inovador, casas de acolhimento para famílias desabrigadas e adolescentes, entre inúmeros outros programas, além da inauguração, ampliação e aparelhamento de inúmeras unidades voltadas para os programas multidisciplinares. Para não alongar demais, chegaremos à habitação, área que foi tratada com carinho especial, talvez até pela visão urbana do batalhador sanitarista, com ações efetivas de urbanização de favelas, com destaque para o Dique e a Santa Casa, as intervenções na Ponta da Praia e nos morros, a criação de novas habitações, no Ilhéu Alto e Baixo (mil unidades), Caneleira (200 unidades), Pelé (200 unidades), entre muitos. Na área
central, evoluiu o Projeto de Locação Social, conciliando
a habitação e a revitalização urbana. Numa
visão ampliada, a habitação transbordava para o meio
ambiente Todos que participaram destes intensos momentos, devem estar após esta leitura querendo acrescentar outros fatos, que sem dúvida aumentariam esta intensidade. Os fatos citados são os da minha lembrança e da consulta ao D.O URGENTE, de balanço deste período, (1993, 1994, 1995, 1996), tão condenado pela ignorância dos que até aqui se recusavam a enxergá-lo. *Mauro Scazufca
foi Diretor da Cohab de Santos entre 1995 e 1996 |