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II Curso de Informação sobre Saúde Pública
para Radiocomunicadores

Rádio e Saúde Pública: uma parceria pela vida

Entendendo melhor o que é saúde

Quem falou no curso

 

Rádio e Saúde Pública: uma parceria pela vida

Cerca de 80 participantes receberam, no dia 21 de outubro, o certificado de conclusão do quarto e último módulo do 2º Curso de Informação sobre Saúde Pública para Radiocomunicadores promovido pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e Centro de Educação Permanente, com apoio do Ministério da Saúde.

Com o objetivo de capacitar comunicadores de rádio na área de saúde pública, o curso começou em abril e reuniu renomados professores da própria faculdade e de outras instituições, além de representantes governamentais.

Presente à solenidade de encerramento, o chefe de Gabinete do Ministério da Saúde, Otávio Mercadante, avaliou a iniciativa como fundamental, porque, segundo ele, aproxima o comunicador, principalmente das rádios comunitários, dos programas de saúde propostos pelo governo. "A ação para saúde é um dos pontos principais da atuação do Ministério na linha de prevenção de doenças. Isto que vocês tiveram aqui é alguma coisa que deverá continuar e repercutir no futuro, dentro desta linha do Ministério de descentralização, procurando trabalhar com a implantação dos programas de agentes comunitários de saúde e Programa de Saúde da Família".

Em sua palestra, Mercadante falou sobre a organização do sistema de saúde no país, destacando a possibilidade de financiamento do SUS nos três níveis de governo e a descentralização do sistema de saúde como as principais mudanças previstas. "A municipalização da saúde é um processo que teve início no começo da década de 90 e deverá se concluir e ser a grande mudança do sistema de saúde", afirmou.

Fazendo um balanço, o coordenador do curso, professor Paulo Gallo, disse que ainda é cedo para avaliar os resultados do curso nas comunidades. "O que sei é que há uma grande necessidade da população de informações fidedignas sobre saúde e esse curso se preocupou não só em dar informações, mas também em fazer com que o profissional que trabalha nas rádios tenha mais consciência ética e mais responsabilidade a respeito da informação que ele passa. A gente bateu muito nesta tecla."

Um dos mais entusiasmados, o coordenador do Centro de Educação Permanente, professor Arnaldo Siqueira, também afirmou que ainda não dá para imaginar o alcance que vai ter essa iniciativa. "Posso dizer, no entanto, que foi a coisa mais inovadora e criativa que vi acontecer nesta faculdade nos últimos 32 anos. Tenho certeza que estamos apenas no começo de alguma coisa muito importante que tem a ver com informar adequadamente a população sobre as questões de saúde."

A partir dos recursos destinados ao curso, o CEP pôde montar um estúdio de gravação na própria faculdade. De acordo com o professor Arnaldo, a idéia é produzir material para as rádios comunitárias nos moldes do que vem sendo feito no curso. "Vamos poder entrevistar professores e pessoas importantes que passem pela faculdade, numa sala especialmente preparada, e produzir material para difusão rápida numa mídia que não é tão complicada quanto a televisão."

Bastante satisfeito, o diretor da FSP, professor Jair Lício Ferreira dos Santos, destacou a importância do intercâmbio de informações que o curso proporcionou. "Ao mesmo tempo que passamos noções de saúde para que os radiocomunicadores conduzam aos seus ouvintes, recebemos deles informações sobre suas comunidades. Foi uma experiência muito importante, tanto no campo do ensino quanto no da pesquisa".


Encerramento do II Curso, em outubro de 2000, na FSP/USP

 

Entendendo melhor o que é saúde

O curso se desenvolveu através de palestras, seguidas de entrevistas coletivas onde os alunos, a maioria deles ligados a rádios comunitárias da Grande São Paulo, puderam aprofundar os conhecimentos em diversos aspectos da saúde pública.

Cada módulo teve um tema e objetivos específicos. No primeiro, "Caminho da Saúde", foram abordados os problemas das grandes metrópoles envolvendo a questão do lixo, da água e do esgoto no município de São Paulo, além de outros assuntos como, aleitamento materno, envelhecimento saudável, drogas e violência.

No módulos seguinte, "Enfrentando os problemas de saúde", o objetivo foi municiar o grupo com informações sobre doenças de alta prevalência na população e que matam ou incapacitam como aids, tuberculose, derrames, diabetes, hipertensão arterial e hanseníase.

No terceiro módulo, "Laboratório da Comunidade", através de visitas monitoradas, os alunos puderam conhecer o funcionamento de algumas estruturas importantes para o funcionamento da cidade e suas implicações na qualidade de vida da população. Foram visitadas estações de tratamento de água e esgoto, usina de compostagem, metrô e o maior terminal rodoviário da cidade.

"Grandes Seminários" foi o nome do último módulo que teve por objetivo promover o debate e reflexão sobre a importância da saúde como bem social e a responsabilidade de cada um, enquanto comunicador, na disseminação das informações.

No final de cada módulo, os alunos receberam uma fita cassete com resumos dos temas abordados, de aproximadamente dez minutos cada um, feitos pelos próprios professores. Cerca de 300 emissoras da Grande São Paulo, incluindo os participantes do curso, receberam estas fitas como material de ensino à distância.

Ana Luisa Zaniboni, diretora e coordenadora dos núcleos de produção e rádio da Oboré, empresa encarregada da secretaria executiva do evento, diz que o curso marcou uma etapa importante na vida, não só da Oboré, mas também da Faculdade de Saúde Pública. "É a primeira vez em mais de 80 anos que a faculdade realiza um curso para comunicadores populares. E nós, da Oboré, pudemos sintetizar todas as experiências que tivemos ao longo desses anos trabalhando com comunicação popular, e aplicá-las no curso. Precisamos continuar com este projeto, ajudando na promoção da saúde pública através do trabalho dos comunicadores."

 

Quem falou no curso

Prof. Aziz Nassib Ab'Saber, Dr David Capistrano da Costa Filho, Profª Wanda Gunther, Prof. Doron Grull, Prof. José Luiz Mucci, Prof. Sonia Tucunduva, Prof. Paulo Capel Navai, Dr. Victor Matsudo, Prof. João Yunes, Prof. Jaime Murahovski. Prof. Ivan França Jr., Prof. Cristina Tanaka, Prof. Luis Ramos, Prof. Arnaldo Siqueira, Sylvain Nahun Levy (Ministério da Saúde), Dr. Oswaldo Forattini, Dra. Helena Keico Sato, Dr. Péricles Alves Nogueira, Dr. Fernando José de Nóbrega, Dra. Ana Lúcia Munhoz Lima, Dr. Ralph de Moraes, Dr. Luiz Roberto Ramos, Dr. Pedro Germano, Dr. Herval Pina Ribeiro, Profa. Branca Jurema Ponce, Dr. Rubens Adorno, Dra. Márcia de Faria Westphal, Dr. Gonzalo Vecina, José Luiz Del Roio, Prof. Fernando Lefèvre, Profª Ausônia Donato, Profa Maria da Penha Vasconcellos, Dr. Otávio Mercadante.